quarta-feira, 12 de março de 2008
Butão fashion
Fotos: Cris Barros e The Dragon House, filme de 2005
Confesso que por ignorância geográfica/cultural, sabia pouca coisa sobre o Butão - é um país fechado, budista e espremido entre a Índia e a China. Mas parece ter algo que mexe com as pessoas e, voilà, com a moda. Primeiro, foi a estilista Andrea Simioni, que disse para minha amiga e jornalista Simone Esmanhotto: "Se você me perguntar se quero ir para Paris ou para o Butão, fico com a segunda opção." Bom, conhecendo a loja da Andrea e seu estilo, era até fácil de entender. Depois, foi a vez do meu médico e acupunturista, Rodrigo Scabello, soltar a máxima: "Prefiro conhecer o Butão a Índia". Hum, os dois têm seu quê alternativo-esotérico, imagino. Mas aí vem a estilista Cris Barros, famosa por vestir as margaridinhas de plantão (eu adoro o trabalho dela, by the way), e faz uma linda coleção de inverno inspirada no... Butão! Durante o lançamento para a imprensa, Cris falou que pesquisou um monte em livros, mas que não conseguiu ir até lá porque ficou doente bem na época da viagem - e olha que é superdifícil entrar no país, já que eles exigem visto e não estão nem aí para o turismo. Imagino que esse "hype" tenha tudo a ver com o momento oriente da moda: as golas dos monges, as cores terrosas, as flores do campo. Cris adaptou tudo isso e criou vestidos de seda com drapeados incríveis, por exemplo. Eles lembram o Oriente, mas fazem bonito em qualquer festa no Ocidente. Já Balenciaga fez ombros arredondados e criou estampas chinesas, quase kitsch. Também acho que países pequenos e praticamente isolados despertem cada vez mais a curiosidade, já que gigantes como a China estão cada vez mais ocidentalizados - olímpiadas, crescimento do PIB, desfile da Fendi, festa da Ferragamo...todo mundo tá indo pra lá, até as lojas C&A. Qualquer que seja o motivo, é sempre bom ver culturas tão diferentes traduzidas em panos e mangas. E quem se animar e quiser conhecer o Butão, é bom se preparar: conhecido como o reino do dragão, o país foi o primeiro país a abolir a venda de cigarros, vê com maus olhos a televisão e preserva hábitos seculares: alimentação, o tiro com arco (esporte nacional) e as vestimentas. A maioria dos albergues é simples e não tem água quente, e não espere topar com lojas, restaurantes ou bares. Ah, também não há quase telefones e é comum cortes de energia. É um lugar zen, que prega o desapego e está pouco interessado no consumismo. Mas que deve ajudar a vender muitas roupinhas, pelo menos no Ocidente.
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Um comentário:
good points and the details are more specific than somewhere else, thanks.
- Norman
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