quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Le diabolique


Aos 11 anos ele já bisbilhotava as revistas de moda da mãe em busca de inspiração para os desenhos que fazia. Mas, àquela altura, seus pais certamente não podiam imaginar que Nicolas Ghesquière se transformaria em um dos estilistas mais influentes da moda. Foi em 1997, quando assumiu o estilo da então decadente maison Balenciaga, que Guesquière começou a traçar uma trajetória fulminante na moda. Revirando os arquivos da grife, aprendendo "direto" com o mestre Cristobal, o jovem estilista começou a sacudir as passarelas de Paris com coleções tão modernas que (ora!) lembravam o próprio Balenciaga. A última demonstração de passado, futuro brilhante aconteceu ontem, em Paris. A coleção de inverno 2008/2009 da Balenciaga é forte, sexy, chic e futurista, com direito a muito plástico e latex. Mesmo assim tem um pé nos anos 50 e 60 que, possivelmente, fazem Balenciaga (no alto do Olimpo fashion) sorrir. "Queria algo austero, mas com uma pitada de drama espanhol", disse Nicolas, em entrevista à Sarah Mower no style.com. O resultado da mistura pôde ser visto em saias e vestidos com fendas e recortes angulosos - a arquitetura sempre teve papel fundamental na maison -, calças skinny com recorte, spencers com ombros arredondados, que ganham toques orientais (em 1946 Balenciaga fez redigontes com mangas-quimono), botas longas e claras e estampas inspiradas na chinoiserie. Cada look arrematado por uma incrível bijoux. Cada look um exercício perfeito de corte, costura e sonho. Assim como a boa moda deve ser.

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