terça-feira, 13 de maio de 2008

Somos todas concorrentes?




Anna Wintour (Vogue América) e Carine Roitfeld (Vogue França): eternas "vítimas" do quem é melhor. Vamos trabalhar, gente!

Não sei se é a atmosfera do trabalho, a vaidade ou se é simplesmente "cool". Mas, o fato é que, na moda, essa síndrome da concorrência está na cara de muitas pessoas - sempre com a garantia de render burburinhos, vide a eterna polêmica Anna Wintour e Carine Roitfeld. É claro que o mundo profissional é competitivo por natureza e que revistas e jornais são concorrentes diretos. Mesmo assim, quando trabalhava em rádio, por exemplo, existia uma certa solidariedade que é artigo de luxo na moda. Perdeu a declaração do prefeito? Ah, toma aqui que eu te empresto... não vejo isso acontecer muito entre araras e desfiles...

Na moda, a moda parece ser um tanto quanto blasé. Outro dia, ouvi de uma amiga a seguinte frase: "quando você diz para alguém do mundinho que ela está bonita, a resposta é um seco 'ah, você acha?'". Tipo não tô nem aí para a sua opinião. Ou pior, se você achou é melhor eu não usar mais...ou quem é você mesmo?

Às vezes, a coisa piora e vem mesmo na forma de má educação. Os exemplos são caricatos e vêm da literatura, mas estão aí. Gay Talese conta que no prédio da Condé Nast dava para saber quem trabalhava na revista de moda pelo simples fato da pessoa não dizer bom dia ao entrar no elevador. Bom, Miranda Priestley, em O Diabo Veste Prada, se recusava a dividir o elevador. Ficção? Já vi assistente guardando lugar na fila do banheiro do SPFW e editora furando a mesma fila com a desculpa do "eu estou trabalhando". Bom, não estamos todas?

Exceções, claro, existem. Ou o mundinho seria insuportavelmente chato. Nos blogs de moda, por exemplo, as pessoas perdem um pouco a aura do "eu sei tudo" e trocam informações, incentivam umas às outras, dão idéias. O exemplo mais bacana que vi recentemente é a iniciativa das meninas fofas do Oficina de Estilo + a expert em beleza Victoria Ceridono, do dia de beauté + a especialista em it girl Alê Garattoni. As três estão se unindo para promover encontrinhos com as leitoras e amigas...o próximo acontece neste domingo.

Porque mesmo na moda ou na beleza, universos narcisistas por excelência (estou falando só da ponta, tá gente, sem levar em conta a enorme indústria, que movimenta milhões de empregos), dá para ser amigo (ou será que eu estou meio Amelie Poulin?). Realmente acredito que seria mais divertido se todo mundo fosse legal :). Porque o trabalho, quando é bem feito, fala por si. Não precisa de carão, de puxar tapete ou de encarar o outro como se ele sempre quisesse o seu lugar. Isso é tão old fashion...

15 comentários:

Márcia Mesquita disse...

Olá Renata

Nossa, adorei, concordo totalmente.
Não trabalho só com moda (ainda!!!), mas acho bizarra a diferença do clima da sala de imprensa de um Fashion Rio para uma bienal do livro, por exemplo. Muitos de olham com cara de "quem é você, coisinha?"

Uma vez cheguei no SPFW (era aluna da Iesa Rodrigues e fomos lá para aulas práticas) e uma profissional do meio com quem eu já tinha trabalhado em outra coisa me perguntou: o que você tá fazendo aqui? ahhahahahaha
trabalhando, oras!
enfim... precisava desabafar
abs

Anônimo disse...

adorei o blog
beijos

Anônimo disse...

Oi Renata,

primeiro de tudo, super obrigada pelos elogios ao Encontrinho.

Concordo com cada linha do seu post. Esse ambiente "corre por aí que eu corro por aqui" da moda é a ÚNICA coisa que me faz querer mudar de área às vezes. Acho tão desnecessário ter que se fingir de inacessível como forma de parecer importante.

Reconhecimento vem com trabalho duro, com estudo, com o tempo... carão é coisa de gente insegura!

Enfim, eu sou super do time que acha que com união tudo fica mais completo!

Ahh adoraria te conhecer na vida real, porque admiro muito seu trabalho. Vê se consegue ir em um dos próximos Encontrinhos?!

bjo bjo

fefe resende disse...

a gente é suuuper amélie poulain, POR ISSO A GENTE QUER BEM MAIS SER SUA AMIGA AGORA, RENATA! =)

Renata Ferrari disse...

Oi meninas, tô louca pra ir aos encontrinhos, o problema é que de fim de semana é difícil arrumar babá! rs. Vamos tentar durante a semana? Sei que a vida anda corrida, mas, se vcs puderem, me falem, tá?

Samantha, superobrigada e volte sempre!

E Márcia pode desabafar, menina. Estamos todas aqui para isso mesmo:). beijos grandes.

Unknown disse...

Oi Renata, primeira vez aqui e já virei fã (já vou linkar), vc disse "tudo" nesse post, adorei, depois volto pra ler o blog todo. Bjobjo

Ana Helena Miranda disse...

Oi Renata,
Eu tb concordo com vc. O que faz as pessoas do mundinho serem mais importantes do que as outras? Afinal, estamos todas trabalhando. E como vc disse, o trabalho fala por si.

Sou super fã do seu trabalho na Elle e sempre passo aki no blog!

Bjo Bjo

Anônimo disse...

eu assino embaixo, do lado, no meio...
Eu acredito que o tempo mostra tudo. E que os gestos, mais que as palavras, revelam sim quem a gente é. bjo. Su

Anônimo disse...

Concordo com você... Não sei se é porque a maiora das pessoas que estão começando na área hoje vieram dos blogs, ou se é mera coincidência, mas a gente vê menos dessa competição nessa nova geração de jornalismo que está começando a aparecer.

Mesmo fora dos blogues, nos veículos onde cada um trabalha, ainda rola esse espírito de "eu não sei tudo" e essa ajuda de troca de informações...

Adorei o blog!! Está incrível!

Anônimo disse...

Olha, esse foi um dos motivos pelo qual eu saí do mundinho. Sério, não tenho paciência pra toda essa função. E chega a ser tão, mas tão ridículo o que o povo faz pra estar no meio, que quando consegue um dedinho colado no burburinho (ou sente que conseguiu), faz carão, se sente o máximo. Bixas malucas, que falam coisas sem nexo pra firacem "cool", garotas cortando o pescoço de outras, pq acham que vão perder o lugar (ou o emprego), gente usando droga na noite só pra conhecer fulano e se sentir amigo, caricatas mil... Chega, né gente. Aí a pessoa consegue um cargo legal e se sente Deus...
Tenho é preguiça.

Anônimo disse...

renata, seu post foi feliz até dizer chega. quer saber o q eu acho na real? que quem é grande, bom mesmo e sabe disso, não precisa se montar em tanta frescura - isso tá fora de questão pra gente assim. Hoje, quando alguém diz que "é preciso ter mta cabeça p segurar o peso do sucesso", eu digo o contrário: é preciso cabeça p segurar o peso da própria mediocridade. É ela que faz um sujeito fazer de tudo p escondê-la do mundo, daí tantos subterfúgios. À parte a competência profissional de gente como a Anna Wintour, não admiro gente assim no sentido de "quero ser assim quando eu crescer".

Renata Ferrari disse...

Meninas e menino, adorei os comentários! Vou propor o manifesto fim do carão na moda! Tem sim muita gente bacana trabalhando, especialmente da nova geração, como disse o Luigi. Mas ainda tem quem esteja apenas começando e já se ache o máximo, mais importante do que tudo e todos e, pior, como disse no post, mal educado. É o fim! bjs pra todos.

Rebeca disse...

Renata, adorei ler o seu post. Mas gostei mais ainda de te ver no mundo dos blogs. Acompanho há algum tempo seu trabalho na Elle e acho tão, mas tão importante que quem trabalha no "mundinho" pense como você! Acho que a moda perde muito colocando no foco as suas vaidades, quando o mais proveitoso é ser como quem trabalha com qualquer outro tema. Estudar, entender, trabalhar... Afinal, educação e um bom bocado de profissionalismo nunca saem de moda, né?
Um beijo e bem-vinda à blogosfera!

Anônimo disse...

Mas sabe que eu acho que muita gente que faz carão é pq é inseguro? Tem muita gente que não tem tanta confiança no próprio taco e faz carão pra disfarçar, sabe? mas eu tenho descoberto cada vez mais gente do bem, acho que a coisa está mudando mesmo (tomara) bjs flor!

Unknown disse...

Renata vc conseguiu expressar em poucas palavras o q pessoas fazem no meio da moda.E que nao vemos em outras carreiras.Adoro moda,sou proprietaria de uma lj e amo pesquisar a moda e sempre nos deparamos com pessoas assim.Um pena.Tinha uma comunidade no orkut do Mario Mendes,jornalista de moda.Ele entende bem,mas era tao arrogante com pessoas e o pior outros entravam na mesma postura dele.Parabens achei q era sou eu q me achava isso.