domingo, 29 de junho de 2008
Hamlet e a moda
Fui ao teatro na sexta ver a peça que todo mundo quer ver - só se falava dela nos cadernos culturais e as críticas eram maravilhosas. Wagner Moura como Hamlet? Parecia, no mínimo, promissor. Não gostei. Mas não sou crítica de teatro, certo? Sou jornalista de moda. Então, vamos falar dela. O figurino by Osklen (alguém me corrija se eu estiver errada, mas o formato dos tênis, das calças e dos tricôs são bem suspeitos) me irritou - não que eu ache que eles deveriam estar vestidos como no século XVII, mas essa tentativa de "atualizar" as coisas sempre me soam falsas. O vestido transparente de Ofélia - sem nada por baixo -, idem. Sempre tem que ter uma pelada? O paletó meio dourado do rei da Dinamarca? Não convenceu. Enfim, uma pena. Como leiga, acho que eles derraparam demais nas gracinhas - não só do figurino, mas dos gestos, pulinhos e gritinhos exagerados (a platéia ria com Wagner e ele parecia mais preocupado em entreter do que em mostrar o tormento de Hamlet). E uma quase insuportável câmera filmando tudo e mostrando tudo em telão. Se Hamlet é uma peça sobre o teatro, como disse Aderbal Freire-Filho, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o teatro se preocupou muito em reforçar essa idéia.
Quando o verão chegar... o que nós vamos usar
Maria Bonita e o look 2 tendências em um, a jardineira jeans da 2nd Floor, o bege chic de Herchcovitch e o look blanche total da Amapô.
Fiquei pensando que já era tarde demais para falar de SPFW - meio loucurinha, né, já que estamos em pleno inverno, com direito a friozinho e tudo. Mas, como diz o povo, antes tarde do que nunca...
Não temos grandes tendências para a próxima estação. Os anos 1970 continuam, só que aparecem agora hippies mesmo - o chic fica só para quem quiser. Tie-dye, batik, bocas largas, sandálias meia-pata com salto de madeira. Pode ir montando o kit. A boa notícia: quase tudo do inverno já está em liquidação (Animale, NK Store, Daslu etc, etc). Vi na Animale, por exemplo, ótimas calças, que vão durar até o fevereiro chegar...
O romance é outro grande "tema". Vem embalado pelo clima boudoir, que pintou lá fora, e pede babados, cores doces, uma camisolinha aqui, uma renda acolá. Misture tudo com sandálias pesadas para não ficar com cara de menina - exageradamente menina. Dica: compre uma camisola antiga em brechó e faça forros lindos, deixando a rendinha aparecer.
Cores. Branco, bege (ele aparece em looks totais, chic, chic, chic), pastéis (lilás, verdinho, rosinha...), turquesa (é novo e lindo!) e ...preto. Tá fácil, né? Valem também os fortes amarelo e laranja (menos novos).
Peças. Macacão (e macaquinho, e jardineira). Vestidões (e vestidinhos). Shorts (e bermudas). Biquínis (e maiôs chics - amo os da Lenny).
Acessórios. Chapéu, com pegada masculina. Colar de turquesa. Gladiadora (compre agora, em sale!!!). Bolsa de mão. Bolsa grande. Sandálias abotinadas.
A lista não é tão grande assim. Ainda bem. Com os preços do jeito que estão, ninguém conseguiria atualizar tanto o wardrobe. Vale adaptar. Mais isso é um outro post. :)
quarta-feira, 25 de junho de 2008
And the Oscar goes to...
Figurino: Reinaldo Lourenço
Roteiro original: Alexandre Herchcovitch
Roteiro adaptado: Iódice
Melhor atriz: Gisele Bundchen
Melhor ator: Rodrigo Hilbert
Filme estrangeiro: Karolina Kurkova
Efeitos especiais: Ellus
Direção de arte: Ronaldo Fraga
Melhor trilha sonora: Maria Bonita
Melhor sonoplastia: Blue Man
Make up and hair: Huis Clos
Filme de animação: Do Estilista
Melhor continuação de série: Ana Claudia Michels, o retorno
Menção honrosa: Fause Haten
Manual de civilidade no SPFW
Terminou mais uma temporada e, depois de 49 desfiles, é hora de recuperar energia, fazer balanços e pensar em tudo o que vimos nesses últimos dias. Bom, de moda eu falo já, já - sei que quase todo mundo já falou, mas fazer o quê, né? A vida anda corrida...
E, se excluirmos a moda, ainda há muito o que falar. Vou fazer uma listinha do que me chamou a atenção nesses dias lotados de desfiles, novidades e surpresas...
Sim, foi uma surpresa ver que, apesar da Bienal estar lotada de lixeiras próprias para reciclagem, as pessoas "chics" que vão até lá se recusam a jogar o lixo certo no lugar certo. Será que precisa de manual de instrução? Ou o problema são os óculos escuros?!
Sentar no lugar dos outros - sem a devida permissão - também não é nada legal. Mas pensa que as "poderosas" se importam. Fiquei chocada em um desfile ao ver a quantidade de gente esparramada, na maior. Chamei a assessora de imprensa e ela me mostrou o mapa da sala. Tinham dois lugares para um veículo na fila A. Mas cinco fofas sentadas. Resumo da história: muita gente, que tinha lugar, rodando de lá para cá. E ninguém com coragem de falar nada.
E, por falar em lugar, alguém me explica porque algumas pessoas insistem em roubar brindes? Pode parecer bobagem, mas muita gente começa na bandidagem assim, de "leve". Se não é seu, não leve. É básico assim. Ah, achado não é roubado, mas não custa nada e pega superbem devolver. Perdi dois óculos nas últimas duas edições. Alguém viu? Alguém sabe? Prometo anonimato!
Furar lugar na fila do banheiro também pega mal. Assim como jogar papel no vaso. Tudo lá é antigo, gente, entope! E aí a próxima coitada da fila é obrigada a ver restos mortais de alguém ou a pisar na água esparramada no chão. Eu passei por isso. Sorte que estava de bota. Pensando bem, galocha na próxima edição!
Por favor, organização: mais cinzeiros na Bienal. Assim os fumantes - viciados e ocasionais - não vão ter desculpa para jogar bituca de cigarro no chão.
Outra coisa, importante. Regular comida é feio. Entrar em um lounge só para comer também. Mas mais feio ainda é pedir para alguém tirar foto com um brinde e depois pegar o brinde de volta. Pobre. De espírito.
Falando em lounges, que tal maneirar no volume do som? Enquanto alguns botam pra ferver, outros estão ralando. E com bate-estaca na cabeça fica difícil...
E os atrasos? Nada civilizado. Duas horas depois do horário marcado? Ah?! Sugiro a debandada total. Nem Marc Jacobs foi perdoado.
Luminosidade, pode imprimir o meu humilde manual e distribuir para os convidados - e para os taxistas também, que os que estavam trabalhando na Bienal, à noite, estavam bem mal educados - acredita que um deu uma bronca na Denise Dahdah porque nós rachamos a corrida? Tudo bem que é tarde e todo mundo está cansado, mas... educação. Vou sugerir: Educação Básica - o Filme. E, por favor, gente, contribuam com idéias. Nossa sanidade mental agradece. Porque andar de salto alto, comer pouco e trabalhar muito a gente aguenta. Mas delicadeza e civilidade é fundamental!
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Fashion Rio (e as poucas novidades da moda)
Não fui ao Rio, mas acompanhei todos os desfiles pela internet. Confesso que fiquei um pouquinho decepcionada. Os anos 1970 continuam (será que eles são os novos 1980 e vão ficar temporadas e temporadas "inspirando" os estilistas?), com uma pegada ainda mais hippie, que tem mais a ver mesmo com o Rio, com o clima de cidades praianas - e dá-lhe vestidão, calças de boca larga, manchados, estampados...
Se é para escolher um desfile 70´s, fico com o da Graça Ottoni - os vestidos longos com estampas de flores grandes eram bem bonitos.
Tirando o clima hippie, fecho com a Lenny, que sempre faz um trabalho incrível na moda praia. Amei os maiôs. Para usar no barco (chic) ou na cidade.
A lista de compras, na minha opinião, fica assim:
1- maiô com um ombro só vermelho ou marrom da Lenny: chic no último;
2-vestido pink, com forro floral, da Graça Ottoni: meio fada;
3- vestido regata da Redley: meio minimalista à la Calvin Klein;
4- vestido preto, de um ombro só, da Coven: assimetria é a palavra;
5- quimono da Coven: 100 anos de imigração, né gente?;
6- bíquini da Salinas, desfilado pela Carol Trentini: para o sol (com moderação);
7- calça boca-de-sino batik Cantão: beeeeem hippie;
8- saia de cintura alta e estampa de insetos Sta Ephigênia: adorei com a camisa, mais arrumadinha e o chapéu meio Biba.
Se é para escolher um desfile 70´s, fico com o da Graça Ottoni - os vestidos longos com estampas de flores grandes eram bem bonitos.
Tirando o clima hippie, fecho com a Lenny, que sempre faz um trabalho incrível na moda praia. Amei os maiôs. Para usar no barco (chic) ou na cidade.
A lista de compras, na minha opinião, fica assim:
1- maiô com um ombro só vermelho ou marrom da Lenny: chic no último;
2-vestido pink, com forro floral, da Graça Ottoni: meio fada;
3- vestido regata da Redley: meio minimalista à la Calvin Klein;
4- vestido preto, de um ombro só, da Coven: assimetria é a palavra;
5- quimono da Coven: 100 anos de imigração, né gente?;
6- bíquini da Salinas, desfilado pela Carol Trentini: para o sol (com moderação);
7- calça boca-de-sino batik Cantão: beeeeem hippie;
8- saia de cintura alta e estampa de insetos Sta Ephigênia: adorei com a camisa, mais arrumadinha e o chapéu meio Biba.
O sexo e a cidade
Finalmente fui assistir Sex and the City - o filme. Acompanhei a série, tenho todos os DVDs, vi e revi mil vezes as aventuras e desventuras de Carrie e cia, sempre em cima de um bom stiletto. Foi quase como rever amigas. O filme, aliás, como a série, é sobre a amizade. Tem um monte de roupas, sapatos, bolsas e jóias incríveis? Tem sim. E isso só foi se aperfeiçoando com o passar do tempo (na 1a. temporada, Carrie não era tão, tão incrível assim), mais uma vez, dando essa sensação de proximidade com a gente - que mulher, afinal, não vai refinando seus gostos, ganhando mais e comprando mais com o passar dos anos? Mas o que mais pesa em Sex é a amizade dessas quatro mulheres complementares (unidas poderiam dar uma só), que nunca deixam de amparar umas às outras, em qualquer situação da vida - isso é raro, raro, raro! Sim, porque amigas a gente tem aos montes, mas essas tipo irmãs, com as quais você realmente para contar são poucas...(mesmo que às vezes você ache que alguma tinha muito potencial...)
Adorei o filme por questões sentimentais (como disse era fã da série)e pelo figurino de Patricia Field, é claro - o que é aquela sucessão de bolsas Chanel, os vestidos de noiva?!!, a bolsa em formato da Torre Eiffel, os Manolos etc, etc, etc...ah, e o closet da Carrie?! Sonho.
Como fashion addict, foi sensacional. Como amante do cinema, algumas coisinhas me incomodam - tipo o fato delas estarem sempre cercadas por labels, mas, ao mesmo tempo, pedirem uma espécie de desculpa por isso, falando que labels não são tudo (vide o vestido de casamento). Oras, é claro que labels não são tudo. Essa é a parte engraçada da série, tipo consumo compulsivo, quase surreal. Não é preciso justificativa. Algumas piadas também soam bobinhas, principalmente na tradução, e há um certo preconceito (com o México, com LA etc). Mas quer saber? Ainda assim quero ver de novo, e de novo, e de novo.
Muita gente também criticou o final feliz das heroínas, vendo uma espécie de retrocesso pré-feminismo nisso - elas eram na série a prova de que mulheres com + de 30 e solteiras podem ser felizes. Mas a verdade é que, se não precisamos de homens (ou de mulheres) para viver, eles deixam a vida bem mais colorida. Assim como os Manolos e bolsas Chanel. Não com o mesmo peso, não necessariamente nessa ordem. Que é bom ter o pacotinho completo (carreira bacana, filhos, homem incrivel, roupas idem, casa impecável), ninguém duvida.
PS: Essa dúvida é para a Victoria, do Dia de Beauté, e para as outras viciadas em beleza. É impressão minha ou elas ousam pouco no make? A Carrie, aliás, nunca está com esmalte, com sombras coloridas...
PS2: Alguém mais sentiu saudade da música de abertura da série e do look bailarina da Carrie?
PS3: O site da Elle fez uma matéria ótima, tipo get the look, com versões made in Brazil dos looks de Carrie. Dá uma espiada.
domingo, 8 de junho de 2008
Começar de novo
Foto do desfile de Rita Wainer, que fechou ontem o primeiro dia de Fashion Rio. Adorei o convite (uma garrafinha com areia prateada) e os balões!
Pois é, já estamos com uma nova temporada da moda no ar. Não vou ao Fashion Rio, mas vou ficar ligada em tudo que acontece lá e prometo fazer um balancinho no final com o melhor das praias cariocas. Depois, vem São Paulo Fashion Week, muita vitamina C e muitas coisas para ver. Sempre é divertido - e cansativo. Espero que coisas boas venham por aí...
Eu e minhas novas maquiagens
Eu e Marcus em ação. Foto Ricardo Toscani
Pode parecer difícil de acreditar, mas, até beeeeem pouco tempo atrás, eu era praticamente virgem em maquiagem. Usava corretivo, às vezes, um batonziho e rímel. Isso quando queria "me arrumar". Tudo mudou recentemente e hoje me divirto muito comprando e experimentando makes diferentes - fiquei feliz da vida em Lisboa, onde consegui comprar coisinhas na Sephora e, de quebra, achei o esmalte Blue Satin da Chanel, edição especial praticamente esgotada. Comecei a me interessar pelo assunto, fiz uma aula com o Marcus Costa (o texto sobre a "aventura entre pincéis" está no site da Elle) e sempre passo pelo blog da Victoria para ver as novidades. Vicia, gente. Mas é uma delícia. O resumo da viagem foram três novos batons da Mac (Girl about town, Russian Red e Hug Me), uma pré-base da Sephora, esmalte Chanel e rímel Dior Show, o melhor na minha humilde e inciante opinião...
Eu e minha (quase) Birkin
Birkin de croco, no catálogo da grife. Essa aí, amiga, custa 20 mil euros!!!
Acabo de chegar de viagem, estava de férias e fui passar alguns dias em Lisboa, onde meu querido marido tinha duas palestras agendadas. Entre uma ladeira e outra, fomos ao Chiado passear e tomar café na A Brasileira, lugar em que Fernando Pessoa, um dos meus poetas preferidos, costumava divagar. E eis que, quase em frente ao café, vejo a loja da Hermès. Entrei para ver a coleção, inspirada na Índia e, enquanto namorava os braceletes, a simpática vendedora perguntou: "Tenho uma Birkin lá em cima. Queres ver?". Entre incrédula e fascinada, respondi que sim. E, por alguns minutos, tive a bolsa mais desejada do mundo nas mãos. Juro que pensei em comprá-la. Como já disse aqui, a Birkin é mais do que uma bolsa. Muito mais. É um mito. E nunca pensei que entraria em uma loja da Hermès e ela estaria lá, à minha espera (todo mundo conhece as listas). Perguntei o preço, enquanto experimentava as sandálias, e a vendedora falou: 5 mil euros. Em rápida conversão, R$ 13 mil. Too much, baby. Dei tchau para a minha quase Birkin, mas sai de lá feliz, com uma linda carteira em mãos, na cor mais mais da Hermès, a gold, que na verdade é um caramelo. Clássica, para a vida, como tudo lá. Ah, também espiei e experimentei a Kelly, que meu marido acha mais incrível que a Birkin - tinha em várias cores e, óbvio, ela é realmente linda. Agora resta aguardar a abertura da Hermès aqui no Cidade Jardim e saber quanto vai custar uma Birkin por aqui. Suspeito que vai ser mais, bem mais, do que os já excessivos R$ 13 mil. Pelo menos entrar, experimentar e sonhar não custa nada.
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